domingo, 27 de março de 2016

CONVERSA ENTRE POETAS - Gilberto Cardoso e José Ferreira



GC:
Poeta José Ferreira Como é que tem passado, Onda muito inspirado Ou bateu uma canseira?
















JF: Meu caro amigo Gilberto Eu passo bem, obrigado, mas não ando inspirado e o cansaço é certo.
GC: Sua mente é muito fértil e no verso não é lento tem métrica, tem oração transmite bom sentimento conforme o que observo não faça como o mau servo desenterre o seu talento.
JF: Você é muito bondoso nessa conta que me tem. Inspiração peço a Deus mas essa aí não me vem de mente assim, nebulosa, não faço mais uma glosa no mote de seu ninguém. 
GC: Para evitar meu pedido não faça qualquer manobra já o conheço de perto e sei que você é cobra grande é sua humildade mas não peça à divindade o que já lhe deu de sobra.
JF: Então, se tenho o talento, e ele nada produz, não por estar enterrado pois sei o que diz Jesus, Acho que, pra desarnar Vai ser preciso regar Com água de Santa Cruz.

GC:
A água que nós bebemos
não é lá tão nossa assim
vem até nós muito escassa
da Lagoa do Bom Fim
O que mais inspira a gente
é o sol que desce inclemente
e amarelece o capim.

JF:
Eu pensei que fosse água, mas você diz que é sol... então quero amarelar qual capim nesse arrebol, pra ver se minha poesia nasce e também se cria sob a luz desse farol

GC:
Lembrei-me da sarça ardente No deserto abrasador Moisés, à procura d’água Viu fogo devorador Que à sarça não consumia Nela o Deus da poesia Se mostrou inspirador

JF:
As sarças, na nossa vida, que ardem certo momento, são artifício de Deus que deixam o homem atento. na fé, te vejo ardendo, o que, pra mim, está sendo Sábio e grande instrumento.

GC:
Na produção de seus versos Você se mostra eloquente Pelas janelas dos olhos Destrói as trevas da mente Se entregue à epifania Pois o deus da poesia Quer que seja sarça ardente.

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